Causou estranheza a proposta partir do parlamentar que é adversário do deputado, que tem seu primo Elmar Nascimento como principal adversário do deputado Adolfo Menezes no Estado.
Elmar e Adolfo têm uma história antiga de embates jurídicos no Supremo. Um deles foi em 2012, quando, na última instância, em uma sentença monocrática de Gilmar Mendes, à época, o mandato do deputado Adolfo — eleito como prefeito no município de Campo Formoso com mais de 3 mil votos de frente — foi cassado.
Na ocasião, um dos depoentes contra Adolfo foi Rodrigo Albuquerque (Mamão), primo carnal do deputado Júnior Nascimento. Júnior, que até então era aliado de Adolfo, se distanciou politicamente. Rodrigo Mamão havia recebido um patrocínio de uma feijoada no valor de 400 reais de Adolfo, que depois foi usado como pretexto no processo que culminou na perda do mandato de Adolfo como prefeito de Campo Formoso, que na época não tomou posse para não ficar inelegível por 8 anos.
Sem Adolfo no cenário político local à frente da prefeitura, Elmar providenciou, em uma briga interna no grupo Boca Branca, que seu irmão Elmo se tornasse presidente da câmara, já prevendo que o presidente seria o próximo prefeito. A vitória de Elmo consolidou uma base que viria a impulsionar Elmar ao cargo de deputado federal. A partir daí, a família Nascimento ganhou força e passou a dominar politicamente o grupo Boca Branca, tradicionalmente liderado por José Santana — que por mais de 30 anos esteve à frente do grupo após herdar a liderança de seu pai, o ex-prefeito Ulisses Gonçalves.
Com a política de Campo Formoso sendo uma verdadeira batalha de titãs, é uma tábua de xadrez complexa o que leva o deputado Júnior dar o título a um ministro sem história de relacionamento com o estado da Bahia?